domingo, 6 de junho de 2010

isso não é mais uma carta de amor

Som piegas. Titãs sem Arnaldo Antunes e sem Nando Reis perdeu a magia de antigamente. Restaram as músicas de protesto sem causas, as letras sem nexo e as canções piegas. Agora, toca uma delas. Algo sobre amor pra sempre, enquanto durar. e pedir somente o que se puder dar. piegas. fantasia. ilusão. as velhas cartas de amor postas embaixo da cama. ou melhor, incendiadas no cinzeiro que há quase uma semana não é limpo. a cada brasa que os dedos, trêmulos, derrubam, trecho é queimado. o papel aceita qualquer coisa, mesmo. não era pra fazer sentido. não é pra fazer sentido.
troca a música. Atrás daqueles olhos azuis...Behind Blues Eyes. Bizkit. Prefiro a versão The Who. me soa original, com significado. Mas, enfim, meus sonhos estão empatados. ou algo assim. nunca fui muito bem em traduções. apenas as livres. tradução. se prestarmos bem atenção, todas as nossas ações e reações dependem do que traduzimos das situações. eu nunca traduzi as coisas muito bens, então, não reagi muito bem - e continuo não reagindo - há uma série de coisas que para outras pessoas parecem óbvias.
obviedade. eu não gosto, embora eu preciso dela. na verdade. eu preciso é de uma certa rotina. organização. não obviedade. expressei-me mal. mas não quero apagar. let it be. a confusão me é salutar até um certo ponto. depois, eu preciso enxergar um mínimo de lucidez no meio da loucura. eu disse que sentir era bom. mas sentir não necessariamente em excesso. agora me escapou a palavra que eu fiz questão de deixar bem claro. não importa. importa. e era visceral. sentir visceralmente não é saudável. não o tempo inteiro. não as 24 horas do dia. capricórnio. sem ascedente. um cabrito, me disse uma esotérica uma vez, sabe muito bem o que vai ser e o que quer ter. e não se deixa levar por muita coisa. a minha confusão. a sua visceralidade. cada vez mais eu tenho a certeza que não achamos o nosso ponto de equilibrio. e não tivemos tempo de descobrir se haveria.
eu sinto. mas não ficarei madrugadas - além daquelas em que a insônia já é velha companheira - lamentando o que poderia ter sido. e não é insensibilidade. é sensibilidade comedida. afinal, capricórnio. emoções controladas e descontraladas em equilibrio.

sem sentido. apenas deixei os dedos fluirem pelo teclado marcado com a cerveja que você me fez derrubar quando me abraçou de um jeito inesperado. visceral. do jeito que me fez perder o equilibrio. a noção de tempo e espaço. e selou com um beijo. de despedida, aquele que se dá uma vez só na vida.

pra ti.